sábado, 24 de janeiro de 2015

THE EDEN

O grito, destilado dos ouvidos remotos, dos contornos cegos em torno do meu espaço...
O começo da ponte em seu trajeto sem final,
Era a minha alma descalça, torrente, no grito da noite de um crime nas raízes da terra, quando a alma é jardim....quando o ceifador são as fantasmagóricas irrealizações, nas ânsias dos tempos remotos, remoto o controle que ainda tenho de mim...
A ponte sem sentido e o espaço sem fim abrigado em meu peito... o torrencial defeito do linguajar, e a impronuncia imprópria das palavras certas na recorrente hora marcada... A maldita hora de jantar!


Um grito de fome,
Um grito de desterro,
Um grito sem sim...
Sem sinal de volume torrencial...sem final.... continuo, estridente, e melancólico...

Somos assim, sem vozes no meio da noite surda, alcoólicos pouco anônimos  e mudos,  sem forças no meio da vida presa num cinzeiro chinês,
sem certezas no meio no trilho do trem vagarosamente vagão, alucinadamente refém...
Um pouco ateu, um pouco pagão
Deformados os deuses em delírios antropozoomórficos
Quando sua verdadeira face é a solidão
O trilho sem trem
E o amor que ninguém tem

Somos um só e mais do que cem, um andarilho no bascular do meu peito carrilhão, um tormento belicoso no meio termo de uma pedra preciosa, gasta, machucada....em um minuto de demência, sinto em minhas mãos peladas as consequências da vida sem tino, sem tina, sem amórficos campos de escape nas sobre doses de morfinas...maquiadas, enfeitadas, diluídas, apuradas sinteticamente como as plantas de plástico no jardim da mesma alma que penhorada na juventude, na encruzilhada, sem querer encontrou seu fim....

O inicio e o fim
E o mundo inteiro dentro de mim

Caminha assim a alma ampliada,
E o vasto séquito de fantasmas
Dos insucessos queridos
Lobos incompreendidos,
Efeitos surtidos no jardim
A alcateia dos homens
E os fracassos de mim

Sou a vida um tanto nefasta
Porão dos homens covardes
Sou a noite no além e
A voz quando ultrapassa, vasta
Incoerente imensidão, dos
Lumes sinceros de uma vida
Inteira coração

Sou essa alma devassa na frente do espelho, no olor da carcaça afoita
Implorando perdão

“nao meu filho, nao se machuques mais... viver é uma arte”

E no silencio dos corpos de todos os homens, nos lençóis sujos de todas as camas que me deitei, nos corredores inóspitos de todos bordeis que saqueie, sem luvas, sem vestimentas, sem culpas, sem consciência,  inflijo na memória o gosto sublime do prazer... respiro tudo aquilo que me resta e nada do que nunca saberei.... eles foram todos embora,  todos os homens que nunca amei...  e agora, só me resta o silêncios dos corpos empalhados no corredor... desvanecidos todos os feitiços, o cheiro de carne exorando uma absolvição... todos eles, esperando o julgamento final...
E no osso roído dos meus dedos vencidos a pena
Sentenciado escrevo
Pecado original





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